- Redução da motilidade do estômago: na doença de Parkinson, costuma ocorrer retardo no esvaziamento gástrico pelo efeito da própria doença ou pela ação de certos medicamentos (como os anticolinérgicos e alguns antidepressivos). O efeito terapêutico da levodopa é influenciado por esse retardo uma vez que é somente no intestino delgado que ocorre a absorção da droga.
- Tomadas junto com refeições: mesmo em condições de motilidade digestiva normal, o tempo de absorção da levodopa é maior quando a administração é feita durante ou logo após uma refeição pois o estômago demora 1-3 horas para digerir e enviar o alimento para o intestino delgado. Quando a refeição for rica em gorduras, esse tempo será ainda maior, uma vez que alimentos gordurosos demoram mais para deixar o estômago.
- Alimentos ricos em proteínas: as proteínas são quebradas em aminoácidos durante o processo digestivo. Para atravessar a parede do intestino e atingir a corrente sangúínea, os aminoácidos utilizam o mesmo mecanismo de transporte que a levodopa. Da mesma forma, durante a passagem do sangue para o cérebro, tanto os aminoácidos quanto a levodopa “competem” pelo mesmo mecanismo de transporte. Portanto, quando a levodopa é tomada junto com refeições ricas em proteínas, os aminoácidos podem impedir sua chegada até o cérebro.
Como a maioria das refeições contem grande quantidade de proteínas, os aminoácidos resultantes “saturam” o mecanismo de transporte e a levodopa não tem como ser transportada antes do fim desse processo. No início da doença, como o cérebro ainda possui boa capacidade de armazenamento de levodopa, o efeito terapêutico não depende tanto das flutuações da concentração da droga no sangue. Entretanto, com o passar do tempo, essa capacidade de armazenamento diminui e o efeito da medicação passa a ser cada vez mais dependente da concentração no sangue. Nessa fase, ocorrem as flutuações motoras, que são em parte o resultado da interferência dos vários fatores mencionados acima.
Um meio prático de reduzir esse problema é a administração da levodopa 30 a 60 minutos antes das refeições de modo a permitir a absorção da levodopa antes que os aminoácidos “ocupem” os mecanismos de transporte. Dos alimentos ricos em proteína, o leite é um dos que mais dificultam a absorção da levodopa pois também é rico em gorduras. Quando houver necessidade, pode-se substituir o leite por extrato hidrossolúvel de soja, conhecido como “leite de soja”, encontrado no mercado com diversas marcas comerciais.
Muitos pacientes que experimentam flutuações motoras obtêm benefício através da redistribuição da proteína durante o dia ou, em alguns casos, da redução da quantidade total diária de proteína.
Fonte: http://www.parkinson.med.br/noticias.php?acao=ler&codigo=14
Salgueiro MMH. A importância da nutrição. In: Conhecendo Melhor a Doença de Parkinson. Limongi JCP(ed), São Paulo: Plexus, 2001.
sábado, 8 de novembro de 2008
Proteína e Levodopa
O medicamento mais eficaz para o tratamento da doença de Parkinson é a levodopa em associação com um inibidor da descarboxilase periférica. Quando administrada por via oral, a levodopa é rapidamente absorvida em direção à corrente sangüínea e daí para o cérebro. Entretanto, os seguintes fatores podem interferir nessa passagem e diminuir a eficácia do tratamento:
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